segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Alegoria da Caverna - Exploração (Filosofia)


1.O que é uma alegoria?
Uma alegoria é um recurso retórico-estilístico em que se faz corresponder um nível de significados literais e um nível de significados figurados. A alegoria pode ser considerada como uma metáfora que cria uma imagem para o intérprete ir descobrindo, passo a passo, a correspondência entre a realidade apresentada (mais concreta) e a realidade figurada (mais abstracta).
Platão escreveu uma alegoria que ilustra precisamente essa reflexão: A Alegoria da Caverna. A Alegoria da Caverna é um diálogo em que Platão faz participar Sócrates e um dos seus discípulos, Gláucon, com a finalidade de demonstrar que grande parte da humanidade contenta-se com as meras aparências, o equivalente às sombras tremeluzentes projectadas na parede. Os filósofos, contudo, porque amam a verdade, buscam o conhecimento da realidade: viajam para fora da caverna e têm acesso às ideias.

2.O que simboliza a luz?
A luz simboliza o conhecimento verdadeiro (episteme), ou seja, o mundo das ideias. O mundo da percepção quotidiana está em constante devir e é imperfeito, mas o mundo das Ideias, da luz, ao qual os filósofos têm acesso, é imutável e perfeito. Não pode, por isso, ser apreendido pelos cinco sentidos: só através do pensamento se pode experimentar as Ideias ou verdadeiro conhecimento.

3.O que simboliza a escuridão?
A escuridão simboliza o mundo sensível, o mundo onde as pessoas não utilizam a faculdade da razão e ficam satisfeitas com um nível de conhecimento superficial. Por isso, o conhecimento que estas detêm da realidade é somente aparente e nunca verdadeiro (Dóxa).

4. Qual é o significado dos prisioneiros?
Os prisioneiros da caverna representam todos aqueles que estão acorrentados à opinião e aos preconceitos O engano desses prisioneiros consiste em tomar as sombras das coisas pelas próprias coisas, o que resulta num conhecimento falso da realidade.

5.Porque razão o prisioneiro sentiu dor ao olhar para a luz?
O prisioneiro que fugiu da caverna sentiu dor ao olhar para a luz porque estava habituado a viver no mundo da ignorância, da escuridão. O prisioneiro só começa a aperceber-se de quão pobre a sua vida havia sido quando os olhos ofuscados começaram a distinguir o mundo em seu redor: contentara-se sempre com o mundo das sombras, do sensível, quando por detrás ficava o mundo real.

6.Qual é a semelhança entre nós e os prisioneiros?
A semelhança entre nós e os prisioneiros da caverna é que ambos estamos representados na alegoria por aqueles que estão acorrentados ao mundo das aparências (caracterizado pela falta de reflexão filosófica). O desafio para cada homem e cada mulher é o de livrarem-se dessa prisão para alcançarem, através do esforço dialéctico que filosofia proporciona, a liberdade do mundo iluminado das ideias. Notemos que para além da caverna, do mundo imperfeito no qual estamos acorrentados, existe um mundo inteligível, das ideias perfeitas (eidos), que marcam entre outros, os conceitos de justiça, virtude, bem e belo.

7.Identifique formas modernas que nós coloquem em situação idêntica à dos prisioneiros de Platão.
A televisão pode-nos colocar numa situação idêntica à dos prisioneiros de Platão, pois, por exemplo, acomodados a receber as informações através dos diversos programas de informação, já não nos damos ao trabalho de as analisar de forma crítica. Podemos criar um mundo de ilusões, crenças e convicções e não nos darmos conta que existe uma outra realidade.

8.A atitude dos prisioneiros é compatível com as exigências da filosofia? Justifica.
A atitude dos prisioneiros não é compatível com as exigências da filosofia, pois a filosofia é um saber racional, assenta na razão e não na percepção sensorial; advoga a necessidade de método(s) e privilegia a reflexão. Trata-se de um saber autónomo, radical, universal e histórico.
9.Porque razão os prisioneiros que se mantêm na caverna consideram o filósofo um louco?
Os prisioneiros que se mantiveram na caverna consideram o filósofo um louco porque não conseguem distinguir a verdadeira realidade das aparências. Isto acontece porque eles não estão habituados a usar a faculdade da razão e apenas conhecem o mundo sensível. Para ascender ao mundo das ideias é necessário um esforço dialéctico que eles não estão dispostos a fazer; continuam a contentar-se com o mundo das aparências superficiais e não abandonariam a caverna mesmo que pudessem.

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