quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O estádio da inteligência pré-operatória - Piaget

Segundo Piaget, neste estádio de inteligência a criança não se limita a agir sobre os objectos (como no estádio de inteligência sensório-motora) mas representa-os, isto é, substitui-os por símbolos que valem por esses objectos e assim pode pensar sobre eles, desenhá-los, etc. Da inteligência prática passamos à inteligência representativa ou pensamento, mas como o próprio nome indica, estádio pré-operatório, este pensamento ainda não é capaz de fazer operações mentais (acção interiorizada reversível) caractística que apenas irá adquirir quando estiver no estádio das operações concretas.

A Fase do Pensamento Mágico
Numa primeira fase, o pensamento da criança é dominado pela imaginação. Piaget fala de pensamento mágico e aponta algumas características típicas:

O animismo
Tendência para atribuir aos objectos físicos e aos fenómenos naturais qualidades psicológicas (sentimentos, vontade, pensamentos e emoções). O animismo exprime-se em frases como «O sol está a deitar-se porque está com o sono» e «A minha boneca está doente» e na ideia que as estrelas que se vêem no céu à noite iluminam o Sol para ele dormir sem medo da escuridão





O realismo
Tendência para atribuir a realidades psicológicas (medo, desejos, fantasias) uma existência. Assim a Fada Madrinha, o Lobo Mau, o Pai Natal ou o Perna Longa não são ficções.




O artificialismo
Tendência para acreditar que os objectos físicos e acontecimentos naturais são produzidos por pessoas: «O céu foi pintado por um grande artista»






O finalismo
Tendência para acreditar que nada acontece por acidente e, sobretudo, que tudo tem uma justificação finalista, isto é, existe uma função do fim que cumpre. Assim, as nuvens ou o arco-íris movimentam-se para enconbrirem o Sol, este existe para que não vivamos sempre de noite, as educadoras do infantário estão lá de manhã, vivem lá. esperando por mim todos os dias da semana. É típico da criança nesta fase pensar que as pessoas e os objectos existem em funçao de si.

Fase do Pensamento Intuitivo
O pensamento já não é dominado pela imaginação, mas pela percepção. A criança confunde a realidade com as aparências sensíveis, confia demasiado nas informações dos sentidos. É um tipo de pensamento centrado nos aspectos particulares dos objectos, ainda incapaz de generalização propriamente dita, pouco flexível e contraditório. Não sendo já influenciada como o era pelas suas fantasias, a criança é excessivamente influenciada pela sua percepção das propriedades dos objectos físicos. Eis algumas caracterísiticas: 

Raciocíno pré-causal
Traduz a dificuldade de entendimento das relações de causa-efeito( por exemplo, uma criança pode pensar que um túmulo é a causa da morte porque as pessoas mortas estão lá enterradas; outra poderá pensar que, estando frio em casa e havendo lá aranhas, são estas a causa do frio) e de operações mentais reversíveis. O seu pensamento é caracterizado pela irreversibilidade;  Por exemplo, se perguntar neste estádio de inteligência qual é a distância de Castelo Branco  a Proença-a-Nova, a criança irá responder de forma acertada se souber a resposta, mas se inverter a perguntar, qual é distância de Proença-a-Nova a Castelo Branco, terá muita dificuldade em responder.  

Dificuldade em distinguir uma classe de objectos de um único objecto.
Confunde o todo com uma das suas partes, o geral com o particular, identificando todos com alguns. Mais uma vez, fazem-se sentir os efeitos da centração. Com efeito, a criança baseia a maioria das suas inferências num acontecimento particular ou num simples atributo de um objecto. Assim, poderá concluir que por todos terem volantes, camiões, autocarros e automóveis são objectos idênticos. Dada a imprecisão da generalização, o racíocionio não e indutivo, isto é, não abandona o plano do particula, não atinge o conceito geral (meios de transporte rodoviário). Uma criança consegue no jardim zoológico identificar e nomear um elefante dado que reconhece características como a enorme dimensão, a tromba, as grandes orelhas e a cor cinzenta da pele. Contudo, se mais tarde vir um elefante no circo julgará que é o mesmo animal. Pensa que se trata sempre do mesmo animal e não de dois animais da mesma espécie. 

Fonte: Psicologia, Luís Rodrigues, Plátano Editora [Modificado] 

Watson e o caso do pequeno Albert


Numa famosa experiência com uma criança de 11 meses de idade, Litlle Albert, Watson mostrou que o comportamento humano também podia ser condicionado. Litlle Albert era um bébe alegre que gostava de ratinhos e de coelhos brancos. De cada vez que lhe apresentava um desses pequenos animais e a criança se preparava para lhe tocar, Watson fazia soar um barulho estridente que assustava Albert. Não demorou muito para que acontecesse o que Watson previa: Albert começou a chorar e a gatinhar aterrorizado sempre que lhe mostravam um rato branco ( o som barulhento já não era necessário). O condicionamento alterara radicalmente o seu comportamento. Com efeiro, o rato branco tinha-se tornado um estímulo condicionado que induzia respostas condicionadas, tais como chorar e fugir gatinhando. O prazer que tinha em vê-los transformou-se em medo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O Segundo nascimento da filosofia grega


Se o primeiro nascimento da filosofia é mais ou menos disperso, como dispersas eram as colónias gregas onde surgiu (Mileto, Éfeso, Eleia, Crotona etc), o segundo e decisivo nascimento desencadeia-se todo ele na metrópole, quando Atenas passa a centralizar as rotas comerciais do editerrâneo e atrai à cidade a classe próspera dos comerciantes, de mentalidade aberta e pragmática, desejosa de traduzir o seu protagonismo económico numa ascensão e num protagonismo sociopolítico.
Sob a figura de Péricles, é instaurada a democracia ateniense, assente na igualdade dos cidadões perante a lei, com igualdade de direitos e deveres. É justamente a cidade, mais exactamente a sua organização política, a democracia, o cidadão, a lei, os princípios políticos, que se transformam em motivos de reflexão filosófica, numa sociedade aberta.
Neste segundo nascimento da filosofia há, assim, uma deslocação clara dos problemas cosmológicos para os problemas políticos e, por via destes, para os problemas antropológicos, éticos e educativos.Os protagonistas da filosofia da cidade, são, num primeiro momento os Sofistas- homens cultos, vindos também eles de fora, cuja a principal função é a de professores e formadores dos filhos das classes dirigentes. Contemporâneo dos sofistas, mas em oposição radical ao seu relativismo ético e ao carácter interesseiro do seu ensino (faziam-se pagar muito bem pelas «explicações» particulares que davam), é essa figura emblemática da filosofia que é Sócrates , injustamente condenado à morte por ser politicamente incómodo.
Fonte: Razão e Diálogo, J. Neves Vicentes, Porto Editora

Traços adultos associados a fixações - Freud

Baseado na sua prática clínica, Freud construiu uma teoria de desenvolvimento pessoal que destacou a componente erótica e afectiva. As diversas fases ou estádios do desenvolvimento determinam-se conforme as zonas ou orgãos de satisfação das pulsões. Em termos psicológicos, o desenvolvimento pode deter-se num estádio intermédio, produzindo-se uma fixação. A fixação em determinado estádio singifica que um indivíduo tentará, em maior ou menor grau, obter prazer de uma forma simbolicamente equivalente ao modo de gratificação próprio do estádio em que se fixou. A fixação ocorre porque houve uma fraca satisfação dos impulsos num dado estádio (trata-se inconscientemente de compensar esse défice) ou porque houve gratificação excessiva (inconscientemente não há motivação para ultrapassar tal estádio)

Estádio Oral
Por fixação no estádio oral entenda-se ficar psicologicamente preso a formas de obtenção de prazer que se centram na boca, nos lábios e na língua.
Se uma pessoa enquanto bebé foi desmamada ou demasiado cedo ou muito tarde, desenvolverá uma fixação no estádio oral e posteriormente na vida sentirá a necessidade de actividades que consistem, simbólica e realmente, em obter gratificação oral: fumar, beber, comer muito, roer as unhas, consumir frequentemente pastilhas elásticas ou doces.
Uma pesssoa marcada profundamente pelo fase oral do seu desenvolvimento - período de grande dependência em relação a quem cuida de nós e em que prevalece a incoporação de objectos (alimentos, chuchas) - poderá apresentar ainda, quando adulta, características como credulidade, humor sarcástico, «má língua», grande capacidade de argumentação ou obstinação na defesa das suas ideias, disposição para triturar as ideias dos outros e, por outro lado, passividade  ou dependência.

Estádio Anal
Se a educação do asseio, isto é, se a regulação dos implusos biológicos da criança é demasiado exigente e severa, esta pode reagir aos métodos repressivos retendo as fezes. Se este modo de reagir for, simbolicamente, generalizado a outros comportamentos, a criança desenvolverá, segundo Freud, um carácter anal-retentivo. Em termos psicológicos, esta fixação pode dar origem a um indivíduo caracterizado pela teimosia, mania da pontualidade, avareza, egoísmo, e pela obsessão com a ordem e a limpeza.
Mas a criança pode reagir às execessivas exigências de higiene e limpeza de uma outra forma: em vez de reter as fezes e de infligir sofrimento a si própria, revolta-se contra a dureza e repressão do treino, expelindo-as nos momentos menos apropriados. Freud fala, neste caso, por generalização simbólica, de carácter expulsivo anal - prótotipo de todos os traços expulsivos da personalidade: crueldade, assombros de fúria, irritabilidade, sadismo, tendências violentas e destrutivas e também desorganização.


Estádio Fálico
As fixações que se desenvolvem durante o estádio fálico podem originar personalidades que, de facto, continuarão a debater-se com crises ou conflitos edipianos. Os homens procurarão, de forma obsessiva, mostrar que não foram «castrados», seduzindo tantas mulheres quantas possível, sendo pais de muitos filhos ou, como afirmação simbólica de masculinidade, alcançando grande sucesso na carreira profissional. Mas também podem falhar na sua vida sexual e profissional em virtude de sentimentos de culpa recalcados por terem competido com o pai pelo amor da mãe. Podem também procurar em cada mulher com que se relacionam uma imagem da mãe, o que, como se sabe, pode perturbar significativamente o futuro da relação.
No caso das mulheres, a continuação dos conflitos de tipo exprime-se numa forma particular de relação com os homens: um estilo particularmente sedutor, mas o qual subjaz a negação de qualquer contacto sexual (sedução - retraimento). Este tipo de comportamento tem como modelo a atracção original pelo pai (houve atracção e repressão ou recalcamento do desejo). Este padrão comportamental é transferido para interacções afectivas posteriores. É o comportamento típico a mulher que atrai os homens e os seduz, mas depois fica supreendida por estes pretenderem relações sexuais com ela. Uma fixação extrema na figura paterna e persistência do ódio pela mãe pode, segundo alguns psicanalistas, estar na origem de casos de anorexia. Adorando o pai e detestando a mãe,a jovem adolescente pode insconscientemente querer ser como o pai e rejeitar a morfologia femenina que apresenta (como se sabe, a extrema magreza das anorécticas em geral traduz-se na perda de formas femininas e num copor mais próximo do masculino do que do feminino). O homem ideal é também desejado à imagem do pai complicando as relações afectivas.
No estádio de latência não há qualquer fixação e no estádio genital não há fixações específicas.

Fonte: Psicologia, Luis Rogrigues, Plátano Editora [Modificado]

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Primeiro nascimento da filosofia grega



O seu próprio carácter de pesquisa autónoma na qual cada um está igualmente empenhado e da qual se pode e deve esperar o cumprimento da sua personalidade, torna difícil dividir em períodos o curso da filosofia grega. Todavia, a organização da pesquisa nas escolas e as relações necessariamente existentes entre as escolas contemporâneas, que, mesmo quando são polémicas, se batem em terreno comum, permitem distinguir, no curso da filosofia grega, um certo número de períodos, cada um dos quais determinado pela escolha de posição no problema fundamental da pesquisa. O presente livro retrata o período cosmológico, que compreende as escolas dos pré-socráticos. Estes filosofos da natureza perseguiam a unidade que garantia a ordem no mundo e a possibilidade do conhecimento humano. Mesmo que arcaicas, as suas respostas foram o primeiro esforço racional para compreender o universo que nos rodeia.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Freud, Além da Alma (The Secret Passion) (Psicologia)



As concepções de Freud sobre o psiquismo - por agora pouco aprofundadas - despertaram muita polémica na sua época e foram mal recebidas. Em primeiro lugar, a ideia de que somos governados e movidos por desejos e impulsos inconscientes feria um preconceito moral - o de que somos agentes conscientes dos motivos dos nossos actos. Em segundo lugar, a ideia de que esses desejos insconscientes são, maioritariamente, de natureza sexual, violentava a «consciência moral» de uma sociedade que, aparentemente, reprimia profundamente as manifestações da sexualidade (Freud afirmava que os impulsos sexuais reprimidos desempenhavam um importante papel nas doenças nervosas). Em terceiro lugar, num momento em que os psicólogos, sob a influencia do behaviorismo, rejeitavam a ideia da psicologia como estudo da consciência e dos estados conscientes (por estes não serem objectivemente observáveis), Freud não podia deixar de causar enorme estranheza porque identificava a psicologia com o estudo dos processos mentais inconscientes, algo «muito menos observável» do que os fenómenos psíquicos conscientes. Em "Freud - Além da alma" (1962), John Huston pretende mostrar isso mesmo, como as teorias freudianas criaram uma nova forma de entender o psiquismo humano.

PROPOSTA DE TRABALHO

1. Faça um resumo do filme.
2. Identifique no filme as ideias de Freud sobre a mente humana que foram consideradas revolucionárias.
3. Depois de ver o filme, responda às seguintes questões:
- Por que motivo optou Freud pelo estudo das doenças mentais?
- O que levou Freud a adoptar a hipnose como método de estudo?
- Por que razão Freud abandona a hipnose?
-Qual foi a grande descoberta freudiana?
-Quais foram os momentos da vida de Freud que fizeram com que seguisse em frente com a sua teoria?

O que é a Filosofia?



«A filosofia não é uma ciência, nem mesmo um conhecimento; também não é mais um saber: é uma reflexão sobre os saberes disponíveis. É por isso que, como dizia Kant, não se pode aprender a filosofia: só se pode aprender a filosofar. Como? Filosofando por nós mesmos: interrogando-nos sobre o nosso próprio pensamento, sobre o pensamento dos outros, sobre o mundo, sobre a sociedade, sobre o que a experiência nos ensina, sobre aquilo que nos deixa na ignorância... É desejável que, pelo caminho, encontremos as obras deste ou daquele filósofo profissional. Pensaremos melhor, mais solidamente, mais profundamente. Iremos longe e mais depressa. Mas um autor, acrescentava Kant, deve ser considerado não como um modelo de juízo, mas simplesmente como uma ocasião de fazermos nós mesmos um juízo sobre ele ou até mesmo contra ele. Ninguém pode filosofar por nós. É claro que a filosofia tem os seus especialistas e os seus professores, mas não é propriamente uma especialidade nem um ofício nem uma disciplina universitária: é uma dimensão constitutiva da existência humana. (...) E certamente que podemos raciocinar sem filosofar (nas ciências por exemplo)e viver sem filosofar (na estupidez ou na paixão, por exemplo). Mas não podemos de todo, sem filosofar, pensar na nossa vida ou viver o nosso pensamento: pois isso é a filosofia em si mesma»

Comte-Sponville, Apresentações da filosofia, Instituto Piaget, p.14

Alegoria da Caverna - Exploração (Filosofia)


1.O que é uma alegoria?
Uma alegoria é um recurso retórico-estilístico em que se faz corresponder um nível de significados literais e um nível de significados figurados. A alegoria pode ser considerada como uma metáfora que cria uma imagem para o intérprete ir descobrindo, passo a passo, a correspondência entre a realidade apresentada (mais concreta) e a realidade figurada (mais abstracta).
Platão escreveu uma alegoria que ilustra precisamente essa reflexão: A Alegoria da Caverna. A Alegoria da Caverna é um diálogo em que Platão faz participar Sócrates e um dos seus discípulos, Gláucon, com a finalidade de demonstrar que grande parte da humanidade contenta-se com as meras aparências, o equivalente às sombras tremeluzentes projectadas na parede. Os filósofos, contudo, porque amam a verdade, buscam o conhecimento da realidade: viajam para fora da caverna e têm acesso às ideias.

2.O que simboliza a luz?
A luz simboliza o conhecimento verdadeiro (episteme), ou seja, o mundo das ideias. O mundo da percepção quotidiana está em constante devir e é imperfeito, mas o mundo das Ideias, da luz, ao qual os filósofos têm acesso, é imutável e perfeito. Não pode, por isso, ser apreendido pelos cinco sentidos: só através do pensamento se pode experimentar as Ideias ou verdadeiro conhecimento.

3.O que simboliza a escuridão?
A escuridão simboliza o mundo sensível, o mundo onde as pessoas não utilizam a faculdade da razão e ficam satisfeitas com um nível de conhecimento superficial. Por isso, o conhecimento que estas detêm da realidade é somente aparente e nunca verdadeiro (Dóxa).

4. Qual é o significado dos prisioneiros?
Os prisioneiros da caverna representam todos aqueles que estão acorrentados à opinião e aos preconceitos O engano desses prisioneiros consiste em tomar as sombras das coisas pelas próprias coisas, o que resulta num conhecimento falso da realidade.

5.Porque razão o prisioneiro sentiu dor ao olhar para a luz?
O prisioneiro que fugiu da caverna sentiu dor ao olhar para a luz porque estava habituado a viver no mundo da ignorância, da escuridão. O prisioneiro só começa a aperceber-se de quão pobre a sua vida havia sido quando os olhos ofuscados começaram a distinguir o mundo em seu redor: contentara-se sempre com o mundo das sombras, do sensível, quando por detrás ficava o mundo real.

6.Qual é a semelhança entre nós e os prisioneiros?
A semelhança entre nós e os prisioneiros da caverna é que ambos estamos representados na alegoria por aqueles que estão acorrentados ao mundo das aparências (caracterizado pela falta de reflexão filosófica). O desafio para cada homem e cada mulher é o de livrarem-se dessa prisão para alcançarem, através do esforço dialéctico que filosofia proporciona, a liberdade do mundo iluminado das ideias. Notemos que para além da caverna, do mundo imperfeito no qual estamos acorrentados, existe um mundo inteligível, das ideias perfeitas (eidos), que marcam entre outros, os conceitos de justiça, virtude, bem e belo.

7.Identifique formas modernas que nós coloquem em situação idêntica à dos prisioneiros de Platão.
A televisão pode-nos colocar numa situação idêntica à dos prisioneiros de Platão, pois, por exemplo, acomodados a receber as informações através dos diversos programas de informação, já não nos damos ao trabalho de as analisar de forma crítica. Podemos criar um mundo de ilusões, crenças e convicções e não nos darmos conta que existe uma outra realidade.

8.A atitude dos prisioneiros é compatível com as exigências da filosofia? Justifica.
A atitude dos prisioneiros não é compatível com as exigências da filosofia, pois a filosofia é um saber racional, assenta na razão e não na percepção sensorial; advoga a necessidade de método(s) e privilegia a reflexão. Trata-se de um saber autónomo, radical, universal e histórico.
9.Porque razão os prisioneiros que se mantêm na caverna consideram o filósofo um louco?
Os prisioneiros que se mantiveram na caverna consideram o filósofo um louco porque não conseguem distinguir a verdadeira realidade das aparências. Isto acontece porque eles não estão habituados a usar a faculdade da razão e apenas conhecem o mundo sensível. Para ascender ao mundo das ideias é necessário um esforço dialéctico que eles não estão dispostos a fazer; continuam a contentar-se com o mundo das aparências superficiais e não abandonariam a caverna mesmo que pudessem.